Capítulo 48



Yasmim...

_Está tudo aí em mãos, passagem, documentos, cartão de crédito?
_Está mãe – Rolei meus olhos – Está tudo aqui na minha bolsa.
_Então só me resta te desejar boa sorte. – Me abraçou – Só use o cartão de crédito em emergência, nada de ficar gastando com besteira.
_Mãe, eu vou para um congresso, não uma viagem de colônia de férias.

  Antes de sair, olhei para Isabela.

_Tchau pirralha. – Abraçou-me – Juízo.
_Valeu.

_Vamos Yasmim? – Rômulo estava na porta
_Só tenho que lhe agradecer por tudo, Rômulo. – Minha mãe foi até ele e lhe abraçou.
_Ah, o que é isso sogrinha.

   Senti enjôo ao ver essa cena deles se abraçando. Ainda não sabia por que estava com ele.

   A viagem ocorreu tranqüila, pegamos Natalie em sua casa e fomos para o aeroporto, encontramos a turma da faculdade que iria também para o congresso.

_Se eu soubesse que a Natalie iria, eu comprava minha passagem.
_Pra que Rômulo?
_Ahh – Me abraçou por trás. – Pra ficar pertinho de você.

Aquele jeito dele estava me deixando enojada, sentia raiva desse “carinho” dele. 
   
 _Já falei para Naty que irei para o congresso, não vou ter tempo para mais nada.

    Chamaram nosso vôo, a viagem foi bastante tranqüila; como já imaginava, a tal amiga de Natalie foi buscá-la no aeroporto, sendo assim, sumindo da minha vista. Aquela cidade me lembrava e muito Vitor, mas procurei esquecer, teria que focar no meu futuro.

   Sábado passamos o dia inteiro assistindo palestras no espaço reservado do hotel, aquilo estava me cansando, eu sabia que no fim da tarde só iria querer uma boa cama para dormir.

_Yasmim, eu e o restante do pessoal vamos para um barzinho, quer ir conosco?
_Valeu Nicolas, mas estou tão cansada que vou subir e dormir.

   Entrei no quarto e tomei um banho para relaxar, mas algo despertou em mim. Liguei para Natalie.

_Oi Yasmim.
_Então, onde você está?
_Estou na casa da Ká, por quê?
_Ah, sei lá... Chama ela para sairmos, quero conhecer a cidade.
_Sério que você quer andar conosco? Nosso papo só vai ser sobre Victor e Leo.
_Ok, eu aceito. Venham me buscar no hotel.

    Abri minha mala e procurei uma roupa de noite que tinha colocado para alguma emergência. O Barzinho que fomos era perto do hotel e Kaliane parecia ser uma boa pessoa, tirando o fato de ter que ouvi-las falar da dupla praticamente a noite inteira.

_Hoje eles estão na cidade.

  Parei de beber minha cerveja para encarar Kaliane.
_E tenho até o numero do Victor, quem aceita ligar para ele?
_Qual numero você tem, Kaliane? Será que é dele mesmo?
_Claro que sim, uma pessoa muito próxima passou para mim.

   Ignorei esse papo de Kaliane, ela já estava com alto teor alcoólico no sangue, disso eu percebi, acontece que ela começou a falar tudo o que sabia.

_Soube que ano passado, uma fã virou a cabeça de Victor, que ele até hoje é apaixonado pela moça. Sabe o termino do casamento com a Claudia? Um dos motivos foi ele não ter esquecido essa tal garota.
_Não viaja Ká – Natalie sorriu sarcasticamente – Ele nunca se apaixonaria por uma fã, mas que ele deu em cima de mim no show do ano passado, isso foi verdade. Ele ficou perguntando onde estávamos hospedadas.
_Ká – Ignorei o assunto de Natalie porque sabia que não tinha fundamento – Você tem esse numero do Vitor aí?
_Vitor? Olha a intimidade da moça – Natalie também estava um pouco “alterada”
_Tenho.

   Meu coração disparou e achava que faltaria ar em meus pulmões, discava aquele numero tão trêmula que não sei como elas perceberam.

_Vai ligar? – Natalie perguntou
_Não, vou salvar em meus contatos, só.
_Aproveita porque quando ele souber que as fãs tem esse numero, ele desativa.
_Ok, obrigada Kaliane.

   Enquanto elas conversavam coisas bobas, mandei uma mensagem, ele poderia não responder ou ligar perguntando quem eu era; o que me dera força foi saber que essa garota que Kaliane referia-se, era eu.


Victor...

   Assim que entramos no jatinho naquela madrugada, Leo veio com um papo estranho.

_E aí, vai passar a folga do sábado onde nego véio?
_Por aí. – Menti
_A mim você não engana, está tramando algo. Quer um conselho? Não vai atrás dela.
_De quem você está falando?
_Daquela garota que mexeu com sua cabeça. Sei que há muito tempo você quer encontrá-la, tô te pedindo. Pelo menos hoje, fica na cidade, tô sentindo algo ruim com essa viagem que você quer fazer.

   Certos momentos eu sentia medo quando Leo vinha com seus conselhos, era como se ele estivesse prevendo que algo ruim iria acontecer. Fiz o que ele pediu, até fui a fazenda naquele dia, pela noite, fui visitar alguns amigos para bebermos um drinque e colocarmos o papo em dia. Meu celular apitou, uma nova mensagem:

“Não sei o que dizer, mas confesso que estou com sdds.”

   Aquele numero era familiar, já estava discando para ligar quando veio uma outra mensagem:

“Estou em Uberlândia com a turma da facul. Pensei em vc. Yasmim. ;)”

   Fiquei tão nervoso que nem dirigi minha palavra a ninguém ali naquela mesa, saí andando até a varanda e respondi sua mensagem.

...

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