Capítulo 11




_Não, não! Isso não está acontecendo comigo! – Murilo andava de um lado para outro no quarto. – Vamos amiguinho – Olhou para baixo.

    Estava me sentindo a pior. Dizem que primeira vez é horrível, a minha estava sendo o terror de todas que eu já ouvi. Murilo não conseguiu na hora “H”

_Esquece Murilo, deixa pra depois. Essas coisas acontecem. – Fiquei enrolada no lençol morrendo de vergonha.
_Não Yasmim! Eu... Só espera um minuto, já já tudo fica bem.

   Devia ter percebido de cara que Murilo era um filho da puta inexperiente. Ele estava mais nervoso que eu, acho que nem tinha vida sexual ativa. Vergonha maior era a minha.
Ele se aproximou de mim e ainda arriscamos alguns beijos, mas depois olhei para baixo e... Nada, nem um sinal.

_Esquece Murilo – Saí procurando minhas roupas no chão e vestindo.
_Acho que hoje não rola mesmo. Daqui a pouco meu pai chega e ele vai ficar uma fera.

   Encarei Murilo e parei pra pensar: Murilo é um moleque que nem sabia como me estimular... Isso é provação do destino.

_Depois te ligo.
_Eu te levo até a porta.
_Não, eu sei o caminho.

   Passei pela sala como um foguete, a empregada me olhou assustada mas nem liguei. Queria ir pra casa e esquecer essa minha tentativa de perder a virgindade, mais uma vez ela me perseguia. Tô até com medo de morrer virgem.

   A semana foi estranha, Murilo me evitava, eu também. No domingo, decidi ir junto com Anne e Lari para uma cidade perto dali, sempre íamos para tomar sorvete e andar pela pracinha porque ali era um clima gostoso de cidade do interior. A cena a minha frente me fez ficar petrificada! Murilo aos beijos com Mylena, uma vadia que paga de santa.

_Que casal lindo! Merece palmas. – Bati minhas mãos.

   A garota saiu, nos deixando a sós, porque eu pedi pra Anne e Lari saírem também.

_O que foi isso Murilo?
_Não enche Yasmim. Tô cansado de você.
_Tudo bem que não tínhamos nada, mas você poderia respeitar.
_Respeitar uma puta?
_Infelizmente não sou puta por sua causa! Porque você broxou na hora H – Alterei minha voz e só depois percebi que todos ao redor nos olhavam.
_Cala a boca – Ele sussurrou – Se essa fama pegar...
_Cala a boca você. Porque se meu nome ficar na lama, o seu também vai ficar. Tá dado o recado... – Dei as costas mas ainda voltei pra ironizar porque sou dessas – Ahh e não esquece que fama de puta é vantajoso agora a de... Já viu né?

   Ouvi risadinhas de uns caras ali mas não voltei. Anne e Larissa me parabenizaram, mesmo me vendo chorando o caminho até minha casa. Assim que estacionou o carro, Anne me abraçou.

_Não liga pro Murilo, ele é um idiota. Mas essa parada de broxa você tem que nos contar.
_É verdade Yasmim. Conta agora. – Larissa sorria como uma moleca.
_Vou cortar o barato de vocês porque estou cansada e quero minha cama, dormir e esquecer esse mundo. Boa noite.
_Dorme bem morango.


    Subi e assim que entrei no apartamento não tinha ninguém ali. Fui direto pro meu quarto chorar (Mais uma vez naquela semana) e tentar dormir.




Victor...


   Todo dia quando acordava, aquela cena passava em minha cabeça como um filme, repetidas vezes.

   Assim que Yasmim falou que era virgem, desanimei. Me levantei, passei as mãos no meu cabelo preocupado pela besteira que iria fazer. Ela, se virou para o lado e dormiu. Naquela noite deixei-a na cama e fui dormir no sofá, ou melhor, tentar dormir, porque aquilo me abalou e eu estava me preparando para conversar com ela no outro dia.

   Depois que ela saiu do quarto eu me senti um idiota, não precisava ter espantado a menina com palavras severas, mas nunca me controlo nos sermões.

   Aquela semana passou voando e no dia da minha folga fui andar a cavalo com Leo, precisava de alguém para conversar. Ele sentiu que eu precisava disso:

_Quer conversar Vitor?
_Sim. Lembra da menina que estava na festa conosco?
_A festa lá no hotel?
_Sim. Nós brigamos.

   Paramos em uma arvore e descemos, sentamos na grama. Contei tudo e até me senti bastante aliviado.

_Mano, a garota é virgem?! Onde cê tava com a cabeça Vitor?
_Eu não sabia, ela aparentava sei lá... Ser mulher.
_E o que te incomoda? Você não fez nada com ela.
_No outro dia dei conselhos a ela e acabamos brigando.
_Conselhos? Sei. Já to imaginando seus conselhos. Vitor, nem é todo mundo que sabe entender que seus conselhos é uma maneira de demonstrar preocupação. Ainda por cima sendo uma fã, elas não te conhecem cara.
_Por isso que não gosto de me envolver assim com elas – Peguei uma pedra pequena e joguei no ar.
_Qual o problema? Esquece ela e pronto. Troca o numero do celular.
_O problema... É que estou mais envolvido do que achei que estivesse. Tô pensando nela direto... E se ela fizer alguma besteira?
_E o que te prende aqui? Vai atrás dela ué.- Olhou no relógio em seu pulso – Você tem exatamente, vinte e quatro horas pra procurá-la.
_Será que consigo?

_Se você quiser... Sim. Vai lá.

... 

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