Capítulo 08
N/A: Quem quiser ouvir a musica que
será relatada nesse capítulo é essa da Spice Girls (2 become 1)
Não parava de olhar para Yasmim toda
solta no salão, ela já estava em seu quinto ou talvez sexto copo de uísque,
fora as demais bebidas que os garçons serviam e ela pegava. Aquilo não iria
prestar, ela tinha que parar de beber e dançar daquele jeito. Seus movimentos
eram sensuais, nada que me fizesse questionar ou pedir para parar, mas já
estava atraindo olhares da ala masculina ali presente. Uma musica mais lenta se
iniciou e ela procurou com o olhar a mesa, seus olhos pareciam estar
lacrimejando e ela estendeu os braços como uma criança faz ao ver o pai, seus
dedos fizeram um gesto me chamando para a pista de dança. Pela primeira vez
naquela noite eu criei coragem para ir até ela, não quebrei a nossa troca de
olhares enquanto me esbarrava nas outras pessoas ali dançando, a cada passo que
dava me aproximando dela sentia que meu coração iria parar de bater de tamanha
velocidade.
Assim que ficamos frente a frente,
ela envolveu os braços pelo meu pescoço.
_Dança essa musica comigo? –
Sussurrou com sua voz embolada no meu ouvido.
_Eu não sei dançar flor.
_Claro que sabe...
Seus quadris mexeram e eu embalei no
ritmo da dança dela. Minhas mãos envolveram sua cintura e juntos, dançamos
aquela musica. Sentia sua respiração em meu pescoço e tudo em mim se arrepiou,
afundei meu rosto em seu ombro e inalei aquele perfume. Ela sussurrou algo e só
depois que alterou a voz percebi que cantava a musica:
“I need some
love like I never needed love before”
(Eu preciso de amor
como nunca precisei antes)
“Wanna make
love to ya baby”
(Quero fazer amor com você, querido)
“I had a
little love, now I'm back for more”
(Eu tive um pouco de amor, agora voltei
para ter mais)
“Set your
spirit free, it's the only way to be”
(Liberte seu espírito, é a única maneira
possível)
(...)
“Be a little
bit wiser baby, put it on, put it on”
(Seja um pouco mais sábio, querido,
ponha-a, ponha-a [a camisinha])
“'Cause
tonight is the night”
(Pois esta noite é a noite)
“when two
become one”
(Em que dois se tornam um só)
Sua voz um pouco rouca e embolada por
conta do teor alcoólico em seu sangue me deixou entorpecido, aquela musica,
aquela letra, demonstrava o que eu queria que acontecesse. Apertei sua cintura
entre minhas mãos e afastei meu rosto para ir de encontro ao dela, naquela meia
luz eu ainda conseguia ver os traços do seu rosto e seu olhar, que agora estava
estreito, semicerrado, me encarava, em um meio sorriso. Involuntariamente
aproximei nossos rostos, olhava para sua boca, sim, eu não estava nem aí se
alguém pudesse nos ver, eu só queria saber o sabor do seu beijo e sentir toda
aquela adrenalina que um beijo envolve, mas antes disso... O celular dela
tocou.
_Espera aqui.
Ela foi andando meio que desajeitada
pelo caminho, quase tropeçando, fui atrás dela e a vi afastada do salão, falando
ao telefone.
_Não, estou na festa da minha amiga,
vou dormir por aqui Natalie... Ok, amanhã eu passo aí... Já falei que te amo?
Eu te amo minha amiga, obrigada por tudo...
Sintomas de uma pessoa bêbada? A
Yasmim estava tendo.
_Quem era – Perguntei enquanto ela
ainda encarava o celular.
_A Naty... – Ergueu a cabeça e ficou
alguns segundos apenas sorrindo, como uma boba.
_O que foi?
_Só preciso continuar o que íamos
fazer e a puta da minha amiga me ligou interrompendo.
Quase tropeçando pelos próprios pés,
Yasmim veio em minha direção. Seus olhos estavam vermelhos, só agora percebi
com aquela luz forte do hotel. Ela envolveu seus braços em meu pescoço e ficou
me fitando por alguns segundos, acho até que estava se apoiando em mim para não
cair, mordeu o lábio inferior (O que achei covardia, porque me arrepiei),
sussurrou:
_Às vezes acho que você não é real. Cara, como eu te amo e você nem sabe.
_Às vezes acho que você não é real. Cara, como eu te amo e você nem sabe.
Olhei ao redor e não tinha nada nem
ninguém ali, era um bom momento. Envolvi sua cintura com minhas mãos e colei
nossos corpos, nossa respiração estava ofegante, escutávamos ouvindo os
batimentos cardíacos um do outro, a boca próxima de sua e... Meus lábios
tocaram de leve os dela. Pedi passagem para invadir sua boca e ela cedeu, nosso
beijo, um misto de chiclete de hortelã com bebida alcoólica, foi o gosto que
senti. As mãos dela já afundavam em meu cabelo e de leve arranhava, me acordou
por completo. Guiei-a para a parede mais próxima e pressionei meu corpo no
dela, precisávamos daquele beijo, daquela adrealina. Não era por falta de
respeito, mas foi inevitável e eu repousei minhas mãos em suas nádegas, puxei-a
mais para mim e meus instintos não responderam mais.
_Vem – Segurei sua mão e juntos fomos
para meu quarto.
Ainda nos pegamos no elevador, dentro
dele, a virei para que ficasse de costas para mim, beijando sua nuca a encarava
pelo espelho e juntos sorriamos e trocávamos olhares. Ainda procurando o cartão
magnético da porta beijei-a outra vez, ela colocou a mão dentro do bolso da
minha calça e assim que achou o bendito cartão abriu. Entramos num alvoroço só,
caímos na cama e ela logo puxou minha camisa, forçou os botões dela e em um
movimento só abriu-a, passou as mãos em meu peitoral e eu senti meu membro já
latejar dentro da minha calça, desci suas mãos para a barra da mesma e ela
olhou para baixo e do nada começou a rir sem parar, mais um sintoma de uma
pessoa bêbada.
_Hei, porque está rindo flor?
_Eu... Estou rindo... É bobagem,
esquece.
_Fala pra mim – Afastei seus cabelos
do pescoço e suguei aquela região.
_Ahh - Ela gemeu e afundou as mãos no
meu cabelo e logo voltou a rir. – Nem é toda mulher que realiza seu desejo ao
ter um homem como você sendo o primeiro.
Parei o que estava fazendo e ergui
meu rosto para encará-la.
_Do que está falando?
Ela voltou a rir e só depois de ter
se acalmado um pouco sussurrou:
_Estou falando que hoje tem que ser
especial baby, você é o meu primeiro.
_Você é virgem? – Fui desanimando
Mais uma vez ela sorriu e com as mãos
escondeu o rosto, logo depois assentiu com a cabeça.
...
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