Capítulo 13






Yasmim...


  Assim que cheguei no apartamento minha mãe já estava fazendo a janta.

_Oi – Fui até ela e a beijei.
_Hum... Ta animada. Será que é porque faltou a aula de inglês hoje?
_Quem foi te dizer? – Fui pelo apartamento gritando – ISABELA!
_Não adianta gritar que ela saiu com o Flavio e não foi ela. Sua professora me ligou.
_Já não basta a família, agora as professoras filhas da puta querem mandar na minha vida? – Sentei na mesa.
_Hoje você tinha prova.
_Ah esquece, eu recupero depois.
_Acho bom mesmo.

   Jantamos e após ajudar minha mãe fui para meu quarto. Tomei um banho e relaxei, fiquei ali ouvindo som quando chegou uma mensagem.

   Ainda não estava acreditando naquelas trocas de mensagens. Tudo estava indo tão bem naquele dia que eu até anotei na minha agenda como sendo um dos melhores. Troquei de roupa rapidamente, como estava frio calcei meu all star e fiquei na varanda, esperando ver o carro de Victor aparecer ali. Eu tremia de tão nervosa, minhas mãos suavam e meu coração bateu mais forte ao ver o veículo se aproximando e um toque no meu celular. Era ele!

   Peguei minhas chaves e saí pela porta da cozinha, já que a da frente minha mãe trancava por dentro. Desci nervosa, com medo de alguém me pegar no flagra. Me aproximei do portão e assim que me vi livre daquela grade que nos separava corri até seu carro, entrei no veículo e nos olhamos, sorrimos. Ele envolveu suas mãos na minha nuca e me puxou para um beijo breve. Nossa respiração estava ofegante e o beijo saiu meio que desajeitado. Deu partida e saímos dali.

_Vamos aonde?
_Ué, me leva pra onde você quiser. Quem fez o convite foi você.

   Paramos em uma pracinha perto de casa, a musica no radio era ambiente e nos fazia relaxar.

_Quer descer?
_Melhor não Victor.
_Então vamos matar a saudade.

   Nos olhamos e na mesma hora fomos para o banco de trás. Ali estava perfeito, a rua um pouco esquisita por conta do horário, a musica rolando e nós dois ali, deitados do mesmo jeito daquela tarde. O que faltava para ser melhor? O beijo.

   As nossas bocas já estavam coladas sem nenhum pudor, as mãos já estavam no local onde devidamente deveriam estar, aquilo estava ficando bom.

_Vamos ficar a noite toda assim? Topa?
_Yasmim, tenho que te levar pra casa.
_Essa noite eu quero ficar com você. – Estiquei meu lábio inferior.
_Não faz essa carinha que eu me derreto e acabo cedendo.

   Me aninhei em seu peito e ele envolveu os braços envolta de mim.

_Assim não vamos conseguir dormir. Esse banco é desconfortável. – Deu uma pausa breve e voltou a falar – Não posso te levar pro hotel. Alguém pode desconfiar.
_Me leva pro motel. Passamos a noite lá. – Respondi sem pensar.

   Senti que Victor estava assustado com essa hipótese, seus braços afrouxaram mais, o que facilitou que eu erguesse o rosto para encará-lo com facilidade.

_O que foi?
_É estranho... Não posso fazer isso com você.
_Hey, podemos dormir, somente isso. – Sugeri.
_Não sei.
_Eu quero e nós vamos.

    Saí dos braços dele e fui para o banco do passageiro, ele sentou no banco do motorista e ligou o carro. Durante o trajeto ele quase não falou, só puxou assunto quando estávamos pegando a entrada da cidade.

_Você conhece algum... Sabe do que estou falando.
_Motel? Vai pra um perto daqui.

   Indiquei a ele, assim que paramos na portaria, senti que ele estava nervoso. Pedimos o quarto, ele guardou o carro e entramos.

    Era novo pra mim, eu olhava cada canto daquele ambiente e sentia vontade de rir, nem com trajes sensuais eu estava naquela noite. Aquela minha blusa social xadrez, calça jeans e tênis não era um look sexy nem aqui tampouco na china.

_Acredita que nunca entrei em um motel?

   Victor ficou pálido e sentou na beira da cama, apoiou os cotovelos nos joelhos e me encarou sem jeito.

_Você tá brincando né? Agora minha culpa só aumentou. Melhor irmos embora.
_Tá louco né? – Fui em direção a cama. – Se quiser vai você, eu fico aqui.

   Tirei meu tênis e deitei na cama, ficamos assim por alguns minutos, silencio total e Victor não se mexia, ainda naquela mesma posição.

_Hey – O chamei – Vem cá. – Bati de leve na cama, chamando-o.

   Completamente sem jeito ele retirou os sapatos, deitou do meu lado e eu envolvi meus braços em sua nuca. Queria um beijo e ele correspondeu, delicadamente suas mãos repousaram na minha cintura e o beijo foi ficando mais intenso, ele parou.

_Vamos com calma mocinha.

   Sorrimos e ficamos em silencio, de certa maneira era bom, agradável apenas ouvir nossa respiração. Ficamos nos encarando e um outro beijo aconteceu, dessa vez passei minha perna pelo seu quadril, estava procurando me encaixar perfeitamente, minhas mãos já tinham descido e ido para dentro da camisa dele, com minhas unhas arranhava de leve aquela região. Finalizamos o beijo com diversos selinhos.

_Porque você ainda é virgem?
_Porque eu não te conheci antes, estava esperando você aparecer na minha vida. – Rimos. – falando sério? Não me sentia preparada. – Lembrei da minha “primeira vez frustrada” com Murilo. – Quase que eu fazia uma besteira semana passada.
_O que?
_Esquece.

  Ficamos em silencio mais uma vez, apenas nos acariciando.

_Se eu dissesse que estou preparada, você faria agora?
_É muito cedo ainda minha flor. Lembre-se que estamos nos conhecendo.
_Victor, é só a minha virgindade que vou perder. – Rolei os olhos
_E quem disse que uma primeira vez de uma mulher é assim? Rola carinho antes. É preciso conhecer o corpo dela pra saber o que está fazendo.
_Como assim?

   Victor sentou na cama e me fez ir junto, entrelaçou as mãos nas minhas e como um verdadeiro homem, começou a me dar conselhos...





Victor...

   Yasmim era virgem e inexperiente. Aquela inocência era a sua essência, tão menina, tão pura, que ensiná-la sobre certas coisas me faziam sentir um pouco devasso.

_Você deve saber que antes de chegar aos... Porém, rola algumas carícias.
_Claro que sim. Você fala de preliminares?
_Isso. Então é preciso ir aos poucos, conhecendo o corpo da mulher e a mulher conhecendo também um pouco do nosso corpo. Com o passar aqueles carinhos vão mais além e quem sabe acontece, algumas vezes não.
_Como assim?
_É muito difícil explicar, mas... Algumas vezes, antes de haver o sexo completo, o prazer foi tão grande que nem precisamos ir para o final.
_Espera, você tá querendo me dizer que algumas vezes fica somente nas preliminares? Como pode isso acontecer se o principal está na penetração?
_E você acha que sexo é só isso? Não. Então, antes de acontecer isso, saiba que precisamos conhecer o corpo do próximo.
_Hoje aprendi uma puta de uma aula sexual.

   Não me segurei e rir com vontade. A inocência de Yasmim me deixava confiante que ainda existia meninas como ela no mundo, que nada estava tão perdido como pensávamos. Ela aproximou a boca no meu ouvido e sussurrou:

_Então você vai me ensinar tudo?

   Me arrepiei por completo e acordou o que não deveria estar acordado. Com vergonha, peguei uma almofada e coloquei em cima do meu quadril, ela olhou para a região e sorriu.

_Desculpa, não era minha intenção. – Baixou a cabeça.
_Você não tem culpa de nada minha flor. Momentos a dois, isso é normal acontecer.

   Tomei seus lábios e a beijei profundamente. Nos deitamos e ficamos abraçados, apenas ouvindo a nossa respiração e trocando olhares. Ela tinha um dom de me acalmar e fazer aquele silencio ser apenas algo que mesmo assim não impedia que nossos corpos não se falassem. Ela se virou e eu envolvi sua cintura com minha mão e com meus lábios perto do seu ouvido cantei:

“Eu sou o brilho dos teus olhos ao me olhar
Sou o teu sorriso ao ganhar um beijo meu
Eu sou teu corpo inteiro a se arrepiar
Quando em meus braços você se acolheu...”



   Percebi que ela estava dormindo, retirei os cabelos do seu rosto, deixando a região do pescoço livre, encostei ali e adormeci.

...

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