Capítulo 14
Yasmim...
Acabei adormecendo com Victor
cantando em meu ouvido. Ah! Como era bom.
Abri os olhos e pela janela percebi
que o dia estava amanhecendo. Ainda estava na mesma posição e as mãos de Victor
envolviam minha cintura, virei o rosto e pude vê-lo dormir tranquilamente, era
tão bom ver ele assim que eu queria que aquele momento não acabasse nunca mais.
A noite anterior fora de aprendizado, ele tinha uma paciência enorme comigo e
era bem mais calmo que eu... Os opostos se atraem.
Tateei meu corpo procurando meu
celular e achei no bolso da frente da minha calça, olhei a hora e... Me
assustei! Dei um pulo da cama e tentei acordá-lo.
_Victor... Acorda... Victor...
_Hum... – Ele resmungou ainda com os
olhos fechados. _Amor, por favor... Acorda.
_O que foi Yasmim? – Abriu os olhos
mas deixou-os semicerrado.
_A hora, você tem que me levar pra
casa. Daqui a vinte minutos minha mãe acorda e se ela não me achar na cama já
era.
_Então dá, só mais um pouquinho...
Victor se virou e voltou a dormir.
Isso não podia acontecer.
_Victor, tô falando sério. Levanta
daí, por favor!
Ele suspirou, mexeu-se na cama e sentou
esfregando o rosto.
_Tem que ser agora mesmo?
_Sim. – Falei enquanto calçava meus
tênis.
Victor...
Ser acordado às seis e meia da manhã
não é nada bom. Relutando contra meu sono, saí da cama e fui ao banheiro, fiz a
higiene e lavei meu rosto pra tirar aquele cansaço. Saí do banheiro e vi Yasmim
ajeitando o cabelo com as mãos, acho que tentava desembaraçar ou algo assim,
ela percebeu minha presença ali e sorriu timidamente.
_Já falei que você fica linda assim,
sorrindo pra mim?
_Não, mas agora não é hora de clima romântico. Vai pegando seus pertences enquanto vou ao banheiro, temos que sair daqui voando.
_Não, mas agora não é hora de clima romântico. Vai pegando seus pertences enquanto vou ao banheiro, temos que sair daqui voando.
Ela foi correndo ao banheiro. Ainda
bocejando, calcei meus sapatos e peguei minha carteira para retirar o cartão de
credito que iria pagar o motel, algo escorregou e caiu no chão, peguei e vi a
mulher mais linda do universo naquela foto.
_Oi, voltei e vamos logo. – Ela pegou
a bolsa e já fazia menção de sair.
_Espera, volta aqui. – Ela veio em
minha direção. – Não sente falta de nada não? Algo que precise no dia a dia?
Ela olhou para o teto como se estivesse pensando.
Ela olhou para o teto como se estivesse pensando.
_Não que eu saiba. Por quê?
_Isso aqui ficou em minha carteira
todo esse tempo.
Entreguei a ela a carteira de
habilitação que no dia da festa jogou para mim.
_Caraca! Como isso foi parar na sua
mão?
_No dia da festa, lá no hotel. Você jogou na minha mão porque eu desconfiava da sua idade.
_No dia da festa, lá no hotel. Você jogou na minha mão porque eu desconfiava da sua idade.
_Juro que não lembro. – Ficou olhando
para o documento em suas mãos. – Acredita que eu já ia tirar uma segunda via?
Pensei que tinha perdido em casa, mas não tinha achado. Obrigada. – Me abraçou.
– Agora vamos, por favor.
Saímos daquele quarto, paguei o motel
e fomos o caminho até a casa dela calados, mas era um silencio bom. Algumas
vezes tocava sua mão e ela sorria. Chegamos na frente do edifício.
_Vou sentir saudades de você Yasmim.
_Eu também Victor. – Segurou minhas
mãos.
_Não me chama de Victor, será que a
senhorita poderia me chamar de Vitor?
_Ok.
Soltei meu cinto de segurança e me
aproximei para beijá-la, ela espalmou as mãos em meu peitoral.
_Nem pensa em fazer isso.
_Mas por quê?
_Fala sério, acordamos, nem sequer escovamos os dentes. Eca! – Ela fez uma expressão de nojo. – Fica pra uma próxima.
_Fala sério, acordamos, nem sequer escovamos os dentes. Eca! – Ela fez uma expressão de nojo. – Fica pra uma próxima.
_Como quiser. – Voltei para meu
lugar.
_Tchau. – Beijou minha bochecha.
Vendo-a sair do carro senti meu
coração ficar oprimido, queria poder ficar do seu lado vinte quatro horas.
Esperar até a outra semana seria algo torturante pra mim, mas nada podia fazer,
o jeito era esperar.
Yasmim...
Sabia que minha mãe estaria acordada,
precisava de uma boa desculpa. Subi de elevador e fiquei pensando nas
alternativas. Entrei pela cozinha e o cheiro de café feito na hora me deixou
mais nervosa, fechei a porta e fiquei no corredor pensando em qual desculpa
diria.
Olhei para o apartamento vizinho e ali estava
um jornal no chão, não sei quem diabos colocaria um jornal no chão, mas já
imaginando ser o porteiro que fizera isso já que o nosso vizinho era um
advogado tive uma brilhante idéia, peguei o jornal e entrei em casa, minha mãe
já estava entrando na cozinha para pegar as xícaras para por na mesa.
_Onde estava a essa hora? Saiu sem
que eu percebesse.
_Pois é, fui na banca de revista.
_Você não é de comprar jornal... O
que está aprontando?
_Nada... É que tem uma reportagem sobre o Victor e Leo, eu queria ler e recortar a foto pra colar no meu guarda roupa.
_Nada... É que tem uma reportagem sobre o Victor e Leo, eu queria ler e recortar a foto pra colar no meu guarda roupa.
_Como sempre... Eles.
Fui para o quarto correndo, tomei um
banho bem rápido e voltei para a cozinha. Isabela já estava tomando seu
desjejum e com a mesma cara feia de sempre não me deu bom dia. Comi algo,
peguei meus materiais e fui pra faculdade. Anne e Larissa já me olhavam torto.
_Bom dia suas mal humoradas.
_Onde estava que não atendeu nossas
ligações ontem a noite?
_Te chamei no skype e você não atendeu, morango. Ficamos preocupadas.
_Te chamei no skype e você não atendeu, morango. Ficamos preocupadas.
Amigas... Sempre dramáticas
_Estou viva, estava resolvendo algo
aí.
_De madrugada? Só se for algo entre
quatro paredes e com um homem. – Larissa parou de passar batom só pra soltar
essas pérolas.
_Mais ou menos isso.
Aquela semana passou lenta e devagar.
Eu e Vitor trocávamos mensagens e era um amor só. Tarde da noite ele me ligava,
após o show e tendo a certeza de que estaríamos em locais seguros para falar,
algumas vezes nossas opiniões se chocavam e íamos dormir tristes, uma delas foi
na sexta quando meu celular tocou na madrugada.
_Oi Vih.
_Tá podendo falar?
_Três da madrugada não tem ninguém acordado. Precisava falar com você mesmo.
_Três da madrugada não tem ninguém acordado. Precisava falar com você mesmo.
_Sobre?
_Está onde?
_ No quarto do hotel. Pode falar.
_Está onde?
_ No quarto do hotel. Pode falar.
_Então, a Natalie, aquela minha amiga
que é sua fã. Ela soube que você veio pra capital segunda-feira, as fãs
comentaram.
_E o que tem? Elas sabem de algo
sobre nós? Você contou?
_Não, ela nem sabe que você e eu trocamos mensagens. Não que eu não confie mas é que tenho medo. – Ficamos em silencio – Acho melhor você não vir tão cedo.
_Não, ela nem sabe que você e eu trocamos mensagens. Não que eu não confie mas é que tenho medo. – Ficamos em silencio – Acho melhor você não vir tão cedo.
_Mas porque não? Por causa de algumas
fãs bobas eu irei deixar de te ver? Ou será que tem algo que te prenda aí e que
te faça mais feliz que nos meus braços?
_Não é isso Vitor é que...
_Ok, não vou mais te incomodar.
Nossas idades são diferentes e com certeza você deve ter alguma festinha por
aí, aproveite. Boa noite.
_Espera Vitor...
Ele desligou, eu tentei retornar mas
o celular estava fora de área. Fiquei na cama sem sono, encarando o teto e
chorando até ver o dia amanhecer. Fui para faculdade com os olhos vermelhos,
pra piorar tinha prova e já sabia que nada de bom iria sair.
O fim de semana estava chato, Ariane
e Larissa me chamaram pra ir a uma balada mas eu não me sentia bem, só pensava
em Vitor e queria que ele ligasse pra mim ou mandasse uma mensagem. Estava
começando a sentir que ele estava me mudando, em outros tempos, eu não ligaria
muito e ainda iria pra festa com minhas amigas, mas hoje eu só queria ficar no
meu quarto e chorar.
Segunda-feira de madrugada, acordei
com meu celular apitando, uma nova mensagem:
“Oi”
“Oi”
Vitor tinha o dom de acelerar meu
coração com uma mensagem onde dentro dela, vinha apenas um “oi”. Me controlei e
não respondi, recebi outra:
“A saudade está me matando por dentro.
“A saudade está me matando por dentro.
Só queria você aqui,
dormindo em meus braços.”
Chorei e reli aquela mensagem várias
vezes. Minhas mãos automaticamente mexeram no celular e acabei respondendo:
“Se está com saudades é pq quer me ver.
“Se está com saudades é pq quer me ver.
Te espero aqui. ;)”
Me xinguei mentalmente por ter feito
isso. Em pouco tempo recebi a resposta:
“Não está com raiva de mim?”
“Não está com raiva de mim?”
Respondi:
“Quem desligou o celular na minha cara foi vc.”
“Quem desligou o celular na minha cara foi vc.”
Estava sentindo minhas lagrima caírem
livremente e mandei outra mensagem:
“Larga de ser bobo,
volta pros meus braços!”
Ele não respondeu mais, eu bem que
tentei voltar a dormir mas o sono não vinha. Antes de ir pra faculdade naquela
manhã recebi a resposta:
“Me espera, tô chegando...”
...
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