Capítulo 42



  Atenção: Este capítulo contém cenas de sexo! Caso não se sinta confortável, não leia.


   A porta do elevador se fechou atrás de mim, respirei fundo encarando meu próprio rosto com pequenas lagrimas molhando-o. Estava me preparando psicologicamente para a despedida que aconteceria no outro dia.

   Entrei naquele corredor gélido e frio, já sentindo meu peito doer. Eu estava fazendo algo errado e sabia que quem iria sair machucada era eu. Bati na porta, aguardando-o pensei em voltar, mais uma vez. A porta se abriu e em meio segundo fui puxada, a porta mal fechara e ele já tinha me atirado contra ela. Respirei fundo antes de sentir o peso do seu corpo em mim. Vitor tomou meus lábios sem recepção alguma, sua língua movia apressadamente, me deixando sem ar, empurrei-o para nos olharmos. Agora aqueles olhos castanhos tinham mais vida, estava mais alegre.

_Sabia que não iria me deixar.

   Nossa ultima noite, como era ruim pensar naquilo. Não o respondi e fui em direção ao quarto, ele vinha logo atrás, podia sentir sua respiração ainda acelerada por conta do beijo que me roubara.

_Porque veio vestida assim?
_Natalie. – Parei no meio do quarto – Ela me viu saindo do quarto, teria que despistá-la. Inventei dizendo que meu ex estava no hall do hotel e queria me ver.
_E agora, você está sem camisola pra dormir.
_E desde quando isso me impede de dormir do seu lado? Afinal, pra que serve a camisola se o melhor é dormir sem ela? – Arqueei minhas sobrancelhas e lhe dei as costas.
    Em passos sensuais indo para a cama, retirei meu vestido rapidamente, jogando-o no chão. Virei meu rosto para encará-lo e pelo meu ombro vi que ele estava ainda parado, boquiaberto, com desejo. Aquela menina ingênua e ousada estava voltando com tudo.

   Deitei na cama e fiquei fitando-o, ele estava de boxer, no meio do quarto. Para não me assustar, deitou do meu lado, ligou a TV para assistirmos, porém, não prestávamos atenção em nada ali. Agora a expressão do seu rosto estava preocupada.

_Estive pensando – Ele iniciou a conversa – Fizemos sem nos previnir...
_Estou tomando comprimidos, pode ficar tranqüilo.

   Voltei a encarar a televisão, no fundo queria gritar, extravasar toda a raiva contida, dizer que o amava e logo depois chorar em seu peito, não era assim que casais normais agiam? Menos nós, estávamos longe de ser um casal normal. Senti seus dedos próximos dos meus, roçando levemente, minha respiração foi ficando intensa, cada toque seu me excitava ao máximo.

_Estou feliz por saber que você está aqui essa noite. – Sussurrou em meu ouvido.

   Saindo do meu transe foi que percebi que agora ele estava muito próximo de mim, seu olhos faziam um tour pelo meu corpo, me deixando inibida.

_Como te quero Yasmim...

   Nossos lábios se uniram, cedi e um beijo calmo aconteceu, intensificou com alguns segundos depois. Eu puxava sua nuca para poder sentir mais seu beijo, para aprofundar mais aquele beijo, nossas mãos corriam livremente. Vitor desceu seus beijos pelo meu corpo, parando na minha intimidade e retirando minha calcinha vagarosamente, encontrei seu olhar no meu, em um pedido mudo para ir adiante, não só consenti, como deitei por completo na cama, encarava o teto me perguntando se estávamos fazendo o certo. Ao sentir sua língua me explorar fiquei fora de mim, agarrei os lençóis, mordi meu lábio inferior para conter um gemido alto, ele estava indo além, me fazendo enlouquecer. Parou com os movimentos e subiu para meu ouvido, sussurrando em um tom quase inaudível:

_Baby quando você chega tudo vira verão e um fogo ardente aquece meu coração...

   Aquelas palavras causaram um efeito enorme, soltei um gemido alto enquanto ele fazia movimentos com os dedos em mim. Eu saia tateando seu corpo, ainda de olhos fechados, Vitor estava deitado de lado, o que me facilitou a colocar minhas mãos em sua intimidade dentro de sua cueca e sentir seu membro rígido.

   Tirando a minha mão de sua intimidade, Vitor deitou sobre mim, ele iria me amar mais uma vez naquela noite. Investiu calmamente, abri meus olhos e pude ver que ele fechava os seus, apertando-os cada vez que ia alem dentro de mim, estávamos em uma sintonia perfeita, cada vez que o sentia era algo diferente, era amor misturado com pura luxuria. Já não estava agüentando mais, eu queria gritar e dizer a todos o prazer que ele me proporcionava:

_Me fode, Vit... – Me peguei falando isso em meio aos meus gemidos

   Parei, arregalei meus olhos com medo, ele parou com os movimentos, ainda estava dentro de mim. Eu, uma menina, falando algo tão desprezível e baixo, coisa de mulherzinha qualquer, mas juro que foi sem querer, estava no calor do momento, prometo a mim mesma nunca mais falar. Coloquei minha mão em minha própria boca, ainda estava assustada, eu iria pedir desculpas, mas ele... Soltou um riso fraco enquanto fechava os olhos e voltou aos movimentos, que agora estavam mais acelerados e fortes, me deixando completamente louca de prazer, ele atingiu o ápice, parando aos poucos, me encarando ternamente, saiu de mim e deitou do meu lado, me puxando para aninhar-se em seu peito. Vitor acariciava meu cabelo de um jeito tão gostoso, que estava quase dormindo.

_Me desculpa Vih.
_Pelo o que?
_A frase que usei na hora da transa, prometo não falar mais.

   Senti ele rir um pouco fraco, beijar o topo da minha cabeça.

_Isso é normal minha menina.
_Me senti uma vadia.
_Esquece. Nem percebi.

   Não queria que aquela magia acabasse, não queria dormir, eu e Vitor precisávamos conversar, mas meus olhos pesaram e adormeci em seus braços. Acordei com os raios de sol invadindo aquele quarto, virei-me e Vitor não estava mais do meu lado. Ele saiu do banheiro vestindo um roupão de banho, estava com o cabelo molhado.

_Ia te acordar, mas você estava tão linda dormindo docemente. – Sentou do meu lado.

   Como um choque de realidade, desviei meu olhar e encarei o teto. Teria que ser forte, as lagrimas não iriam me dominar...

_Não chora Yasmim.

  Agora eu me entregava aquele sentimento de arrependimento e culpa.

_Levanta e vamos tomar café.

   Fui ao banheiro e fiz minha higiene, me encarava naquele espelho enorme. Vitor me fazia bem, naquela manhã eu já estava revigorada com uma feição perfeita. Molhei meu rosto e fui para o quarto, peguei meu vestido e coloquei em mim, não sabia onde estava minha calcinha, também não iria me fazer falta. Empurrei a porta e o vi se servindo com uma xícara de café, levantou o olhar para mim, fez um meio sorriso.

_Sente-se.

   Tomamos nosso desjejum calados, cada um em seu pensamento. Eu precisava saber se era verdade tudo o que as fãs comentavam a seu respeito.

_Como ela é? – Iniciei a conversa enquanto bebericava meu café.
_Ela quem?
_Sua namorada?

   Percebi que ele ficou sem jeito. Estava com medo de receber uma resposta nada boa.

_Ela é normal. – Fez um sorriso bobo.
_Além de linda deve ter algo de bom.
_Claudia é especial, não é só corpo e rosto bonito. Ela me entende, sempre madura em decisões que tomamos juntos.
_Tá, já chega.

   Ficamos em silencio novamente.

_Uma fã falou ontem que você iria se casar.

   Ele quase engasgou com o café. Eu precisava saber se isso era verdade.

_Quem foi te falar isso? – Seriamente, ele me perguntou.
_Uma das meninas do Fã Clube. Só me responde se é verdade.
_Não preciso dar satisfação da minha vida pessoal para ninguém.
_Mas a mim você tem que dar.
_Não somos nada um do outro Yasmim.
_Nada? O que fizemos ontem é nada para você?
_Estamos morando juntos! – Alterou a voz.

   Entrei em transe, parada, arrasada. Aquele Vitor sentado a mesa não era nada parecido com o de ontem, tão romântico, apaixonado, me fazendo juras de amor. Pisquei após alguns segundos inerte e as lagrimas caíram em meu rosto como cachoeiras.

_Desculpa, se era isso o que queria ouvir, estou te dizendo. Estava te poupando Yasmim, poupando de tudo, mas parece que você gosta de sofrer.
_Acho que vocês dois se merecem. – Retirei o guardanapo do meu colo e joguei na mesa.
_Espera, precisamos conversar.
_Não temos mais nada. – Levantei-me.

   Andei até a porta mas não deu, Vitor segurou meu pulso.

_Só quero que saiba que eu te amo Yasmim, me perdoe com o que vou fazer em breve.

   Estava fraca, soluçando, querendo seu carinho. Ele me puxou para ir de encontro ao seu peito, ali desabei no soluço, não queria que ele fosse embora da minha vida, porque no fundo, eu sabia que ao passar por aquela porta, Vitor não me pertenceria nunca mais.

_Você vai me prometer que vai viver sua vida, que será feliz ou tentará achar a felicidade em outro alguém... Me prometa, Yasmim. – Segurou meu rosto para encará-lo.

   Fiz um gesto afirmativo com a cabeça em meio ao meu choro. Com calma, afastei-me dele e fui em direção a porta, corri até o elevador e fiquei na espera.

_Yasmim...

   Nem deu tempo para olhar, ao me virar Vitor envolveu minha cintura e me beijou profundamente, me empurrando para a parede mais próxima. Nosso beijo era algo forte, despedida, involuntariamente minhas lagrimas ameaçaram cair. Terminamos nosso beijo, encostando nossas testas, procurávamos o ar que estava faltando em nossos pulmões.

_Seja feliz Yasmim, eu te amo.
_Sempre vou te amar, Vitor.

  Olhei para baixo e percebi que ele usava cueca, somente isso.

_Melhor você ir, alguém pode te ver assim.

   A porta do elevador abriu, andei até ela sem olhar para trás e ainda assim, senti ela fechar. Por trás dali, estava meu passado, minha vida, meu tudo. Já não agüentava chorar mais, mesmo assim, as lagrimas eram minhas companheiras fieis. Tentei me controlar ao entrar no quarto, impossível, já estava soluçando, fungando, desesperada.

_Yasmim! – Natalie me abraçou. – O que aconteceu?
_Acabou Naty... – Minha voz estava cortada, meu choro não me deixava em paz – Ele me abandonou. 

... 

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