Capítulo 43
Victor...
_Sim, eu aceito.
Ainda não estava acreditando no que eu fiz. Todos naquela festa animados, felizes, me desejando parabéns. Dentro de mim, uma angustia, algo me perturbando. Será que é porque não paro de pensar em Yasmim?
Aqueles dois meses após “nossa despedida” fora muito corrido para mim, porém, nunca deixava de lembrar da nossa noite, aquela noite em que eu a amei. Eu necessitava dos seus carinhos, mas jamais a deixaria viver essa vida mundana ao meu lado. Não poderia assumi-la publicamente, também não queria vendo-a sofrer, era algo triste e ruim para mim, mas eu apenas libertei-a.
Claudia, o que falar dela? Estava ali, no meio dos meus familiares conversando animadamente, feliz, radiante, enquanto que eu me acovardava sentado em uma mesa da festa, estávamos no fim dela, a maioria dos convidados já tinham ido embora, o que me deixou um pouco mais aliviado.
Saquei meu celular e pelo twitter, deixei meu recado, avisando que estava casado. Cada palavra contida ali naqueles menos de 140 caracteres era pura mentira, era como se eu estivesse diante de Yasmim, ela ouvindo aquilo da minha boca e chorando. Eu sabia que seria duro para ela aceitar, mas dentro de mim existia essa necessidade.
Seguimos para o hotel, não parava de olhar para minha aliança. Peguei-me pensativo, deitado na cama, enquanto Claudia se arrumava para nossa “Noite de núpcias”. Tudo seria tão diferente se a noiva fosse a minha “garota tentação”, jamais iria deixá-la retirar o vestido sozinha, iria despir peça por peça, no fim, beijaria seu corpo por completo e a amaria como se o mundo fosse acabar.
_Está pensativo. – Claudia se aproximou da cama, deitou-se do meu lado. – Vai trocar de roupa, você ainda está com o terno. – Acariciou meu peitoral – Se quiser uma ajudinha...
_Não, descanse. – Acariciei sua mão.
Entrei no banheiro sem saber o que fazer, agora minha vida tomara outro rumo, teria uma esposa me esperando sempre que chegasse de viagens, teria alguém que iria me ouvir... E não seria Yasmim.
Yasmim...
Joguei meus CDs naquela caixa, meu quarto estava uma bagunça, minha vida estava completamente bagunçada. Ódio de mim, ódio de tudo ao meu redor.
_Demorou pra você cair a ficha né?
_O que você está fazendo aqui Isabela? Some! – Alterei minha voz.
_Eu sabia que ele faria isso com você Yasmim. Só acho que tá na hora de acordar do conto de fadas.
_VAI SE FODER ISABELA!
_ABAIXA O TOM PRA FALAR COMIGO...
Iniciamos uma mini discussão verbal. Eu estava precisando descarregar minha raiva em alguém, Isabela era uma das minhas vitimas.
_Não posso deixar vocês um minuto a sós! O que está acontecendo aqui? – Minha mãe olhou ao redor do meu quarto – E que bagunça é essa Yasmim?
_É Mãe, a Yasmim tá com raiva porque o ídolo dela casou...
_ISABELA, SOME DAQUI SUA PIRANHA! – Exaltei
_Hei! Querem parar de brigar? Isa, sai daqui.
_Mas mãe...
_Estou mandando.
Contra vontade, Isabela se retirou do meu quarto.
_O que está acontecendo Yasmim?
_Nada mãe. – Continuei pegando meus CDs da prateleira e colocando dentro de uma caixa.
_Sabe, se você quiser, podemos falar sobre algo que te perturba. Nunca mais ouvi você falar do tal do Murilo...
_Mãe, eu não quero falar sobre ninguém. Pode me deixar em paz?
_OK. – foi em direção a porta. – Se precisar desabafar, vai no meu quarto.
A porta se fechou, eu comecei a chorar. Não entendia esse sentimento, mas doía em mim, porque ele fizera isso? As lagrimas caiam involuntariamente, estava péssima naquela manhã, não parava de ler, reler o que ele postou.
Vitor me enganou todo esse tempo, eu deveria ter precavido, deveria ter o evitado naquela nossa noite de despedida. Agora o olhando naquele pôster me sentia uma tola chorando por ele enquanto com certeza, estará em algum lugar do mundo com a sua linda namorada, agora, oficialmente esposa.
_Eu vou te arrancar dos meus pensamentos, Vitor. Um dia vou ver você chorar diante de mim, de joelhos, implorando... Eu quero estar viva, muito bem viva para ver esse fato se concretizar.
Limpei minhas ultimas lagrimas, em meio a pensamentos. Dois homens entraram na minha vida, deslizaram, foram embora após ter feito porcaria e mexido com meus sentimentos: Meu pai, que sempre demonstrava carinho e afeto para conosco, se foi fazendo minha mãe e nós sofrermos. Agora Vitor, entrara em minha vida, me fizera tão bem e saiu me fazendo sofrer.
Agora eu seria uma nova Yasmim, aquela que substituiria o coração tão meigo e romântico, por um de pedra, frio e calculista. Iria pisar em todos os homens que atravessassem meu caminho, desde os mais bobinhos, até os mais duros e difíceis de derrubar. Amor pra mim é só mais uma coisa que inventaram para o dia dos namorados, nada mais, além disso.
Peguei o pôster e retirei da minha parede, coloquei-o junto com os CDs deles, fechei a caixa e coloquei no quarto da bagunça onde minha mãe sempre o usava para colocar coisas desnecessárias, voltei de lá aliviada. Se eu era um passado em sua vida, ele também seria da minha... Eu te odeio Vitor Chaves!
Victor...
Meses que pareciam anos, tudo estava se encaixando perfeitamente. Claudia agora estava morando definitivamente comigo em Uberlândia, não tinha como ter raiva de um ser tão puro como ela, sempre me cativando e cativando todos ao meu redor. Algumas vezes nos desentendíamos por choque de opiniões, mas nada que fosse forte ao ponto de acabar, mas no fundo, eu procurava algo que me deixasse desapontado e arrependido de ter me casado com ela.
Estava sentindo necessidade de Yasmim, saudades dela, do seu corpo, de tudo em que ela me proporcionava. Ainda tinha esperanças de vê-la em algum show, mas não a encontrava, definitivamente tenho que admitir... Eu te amo Yasmim.
Yasmim...
Casa nova, vida nova... Nova?
Aquela manhã me fez abrir os olhos com uma certa nostalgia. Vitor, a pessoa por quem eu amei e amo... Mas o que droga estou falando?! Não o amo, não amo mais ninguém, somente minha mãe.
Levantei-me a pulso, tomei uma ducha e após isso fui a cozinha. As coisas ainda estavam empacotadas nas caixas, estávamos nos virando como podia.
_Bom dia.
_Oi mãe.
_Senta, vou pegar uma xícara – Ela fuçou as caixas.
_Eu gostava do apartamento.
_Mas você sabe que não gosto de ficar muito tempo em um local. Depois, casa é bem melhor que apartamento, Yasmim.
_Ok, você venceu.
_Vai viajar mesmo? – Ela sentou diante de mim, me oferecendo uma xícara.
_Sim, aniversario da Naty. Ela quer minha presença.
_Tudo bem, vá mas qualquer coisa me avise. E juízo.
_Pode deixar.
Voltei para meu quarto apenas para pegar minha mala, após isso segui para rodoviária. Natalie foi uma grande amiga nesses últimos meses, sempre me dando inúmeros conselhos, claro, não sabia que o tal cara que me fez sofrer fora Vitor, mas estava ali, firme, forte e paciente quando atendia minhas ligações de madrugada e apenas ouvia meus choros. Ela era minha amiga de verdade, Anne e Larissa também, mas com Natalie, eu era mais tranqüila, sem cobrança na amizade... Somente isso fora o que Vitor fez de bom, me fazer conhecer uma pessoa tão maravilhosa como ela, porque o resto, ele só entrou na minha vida para me fazer sofrer... Te amo, mas também te odeio Vitor Chaves!
_Sim, eu aceito.
Ainda não estava acreditando no que eu fiz. Todos naquela festa animados, felizes, me desejando parabéns. Dentro de mim, uma angustia, algo me perturbando. Será que é porque não paro de pensar em Yasmim?
Aqueles dois meses após “nossa despedida” fora muito corrido para mim, porém, nunca deixava de lembrar da nossa noite, aquela noite em que eu a amei. Eu necessitava dos seus carinhos, mas jamais a deixaria viver essa vida mundana ao meu lado. Não poderia assumi-la publicamente, também não queria vendo-a sofrer, era algo triste e ruim para mim, mas eu apenas libertei-a.
Claudia, o que falar dela? Estava ali, no meio dos meus familiares conversando animadamente, feliz, radiante, enquanto que eu me acovardava sentado em uma mesa da festa, estávamos no fim dela, a maioria dos convidados já tinham ido embora, o que me deixou um pouco mais aliviado.
Saquei meu celular e pelo twitter, deixei meu recado, avisando que estava casado. Cada palavra contida ali naqueles menos de 140 caracteres era pura mentira, era como se eu estivesse diante de Yasmim, ela ouvindo aquilo da minha boca e chorando. Eu sabia que seria duro para ela aceitar, mas dentro de mim existia essa necessidade.
Seguimos para o hotel, não parava de olhar para minha aliança. Peguei-me pensativo, deitado na cama, enquanto Claudia se arrumava para nossa “Noite de núpcias”. Tudo seria tão diferente se a noiva fosse a minha “garota tentação”, jamais iria deixá-la retirar o vestido sozinha, iria despir peça por peça, no fim, beijaria seu corpo por completo e a amaria como se o mundo fosse acabar.
_Está pensativo. – Claudia se aproximou da cama, deitou-se do meu lado. – Vai trocar de roupa, você ainda está com o terno. – Acariciou meu peitoral – Se quiser uma ajudinha...
_Não, descanse. – Acariciei sua mão.
Entrei no banheiro sem saber o que fazer, agora minha vida tomara outro rumo, teria uma esposa me esperando sempre que chegasse de viagens, teria alguém que iria me ouvir... E não seria Yasmim.
Yasmim...
Joguei meus CDs naquela caixa, meu quarto estava uma bagunça, minha vida estava completamente bagunçada. Ódio de mim, ódio de tudo ao meu redor.
_Demorou pra você cair a ficha né?
_O que você está fazendo aqui Isabela? Some! – Alterei minha voz.
_Eu sabia que ele faria isso com você Yasmim. Só acho que tá na hora de acordar do conto de fadas.
_VAI SE FODER ISABELA!
_ABAIXA O TOM PRA FALAR COMIGO...
Iniciamos uma mini discussão verbal. Eu estava precisando descarregar minha raiva em alguém, Isabela era uma das minhas vitimas.
_Não posso deixar vocês um minuto a sós! O que está acontecendo aqui? – Minha mãe olhou ao redor do meu quarto – E que bagunça é essa Yasmim?
_É Mãe, a Yasmim tá com raiva porque o ídolo dela casou...
_ISABELA, SOME DAQUI SUA PIRANHA! – Exaltei
_Hei! Querem parar de brigar? Isa, sai daqui.
_Mas mãe...
_Estou mandando.
Contra vontade, Isabela se retirou do meu quarto.
_O que está acontecendo Yasmim?
_Nada mãe. – Continuei pegando meus CDs da prateleira e colocando dentro de uma caixa.
_Sabe, se você quiser, podemos falar sobre algo que te perturba. Nunca mais ouvi você falar do tal do Murilo...
_Mãe, eu não quero falar sobre ninguém. Pode me deixar em paz?
_OK. – foi em direção a porta. – Se precisar desabafar, vai no meu quarto.
A porta se fechou, eu comecei a chorar. Não entendia esse sentimento, mas doía em mim, porque ele fizera isso? As lagrimas caiam involuntariamente, estava péssima naquela manhã, não parava de ler, reler o que ele postou.
Vitor me enganou todo esse tempo, eu deveria ter precavido, deveria ter o evitado naquela nossa noite de despedida. Agora o olhando naquele pôster me sentia uma tola chorando por ele enquanto com certeza, estará em algum lugar do mundo com a sua linda namorada, agora, oficialmente esposa.
_Eu vou te arrancar dos meus pensamentos, Vitor. Um dia vou ver você chorar diante de mim, de joelhos, implorando... Eu quero estar viva, muito bem viva para ver esse fato se concretizar.
Limpei minhas ultimas lagrimas, em meio a pensamentos. Dois homens entraram na minha vida, deslizaram, foram embora após ter feito porcaria e mexido com meus sentimentos: Meu pai, que sempre demonstrava carinho e afeto para conosco, se foi fazendo minha mãe e nós sofrermos. Agora Vitor, entrara em minha vida, me fizera tão bem e saiu me fazendo sofrer.
Agora eu seria uma nova Yasmim, aquela que substituiria o coração tão meigo e romântico, por um de pedra, frio e calculista. Iria pisar em todos os homens que atravessassem meu caminho, desde os mais bobinhos, até os mais duros e difíceis de derrubar. Amor pra mim é só mais uma coisa que inventaram para o dia dos namorados, nada mais, além disso.
Peguei o pôster e retirei da minha parede, coloquei-o junto com os CDs deles, fechei a caixa e coloquei no quarto da bagunça onde minha mãe sempre o usava para colocar coisas desnecessárias, voltei de lá aliviada. Se eu era um passado em sua vida, ele também seria da minha... Eu te odeio Vitor Chaves!
Victor...
Meses que pareciam anos, tudo estava se encaixando perfeitamente. Claudia agora estava morando definitivamente comigo em Uberlândia, não tinha como ter raiva de um ser tão puro como ela, sempre me cativando e cativando todos ao meu redor. Algumas vezes nos desentendíamos por choque de opiniões, mas nada que fosse forte ao ponto de acabar, mas no fundo, eu procurava algo que me deixasse desapontado e arrependido de ter me casado com ela.
Estava sentindo necessidade de Yasmim, saudades dela, do seu corpo, de tudo em que ela me proporcionava. Ainda tinha esperanças de vê-la em algum show, mas não a encontrava, definitivamente tenho que admitir... Eu te amo Yasmim.
Yasmim...
Casa nova, vida nova... Nova?
Aquela manhã me fez abrir os olhos com uma certa nostalgia. Vitor, a pessoa por quem eu amei e amo... Mas o que droga estou falando?! Não o amo, não amo mais ninguém, somente minha mãe.
Levantei-me a pulso, tomei uma ducha e após isso fui a cozinha. As coisas ainda estavam empacotadas nas caixas, estávamos nos virando como podia.
_Bom dia.
_Oi mãe.
_Senta, vou pegar uma xícara – Ela fuçou as caixas.
_Eu gostava do apartamento.
_Mas você sabe que não gosto de ficar muito tempo em um local. Depois, casa é bem melhor que apartamento, Yasmim.
_Ok, você venceu.
_Vai viajar mesmo? – Ela sentou diante de mim, me oferecendo uma xícara.
_Sim, aniversario da Naty. Ela quer minha presença.
_Tudo bem, vá mas qualquer coisa me avise. E juízo.
_Pode deixar.
Voltei para meu quarto apenas para pegar minha mala, após isso segui para rodoviária. Natalie foi uma grande amiga nesses últimos meses, sempre me dando inúmeros conselhos, claro, não sabia que o tal cara que me fez sofrer fora Vitor, mas estava ali, firme, forte e paciente quando atendia minhas ligações de madrugada e apenas ouvia meus choros. Ela era minha amiga de verdade, Anne e Larissa também, mas com Natalie, eu era mais tranqüila, sem cobrança na amizade... Somente isso fora o que Vitor fez de bom, me fazer conhecer uma pessoa tão maravilhosa como ela, porque o resto, ele só entrou na minha vida para me fazer sofrer... Te amo, mas também te odeio Vitor Chaves!
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